quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Sete de Novembro



Enquanto ela corria, a paisagem passava pelos seus olhos como as imagens de uma película de filme. Tudo — árvores, carros estacionados, pessoas apáticas e construções — em movimento.
            O chão parecia impulsionar seus pés. Asfalto quente, grama seca, passeio fissurado. Mesmo calçada, ela sentia que seus pés mantinham algum contato com o solo.
O vento parecia querer ir com ela, lambia seu rosto e soprava seu corpo, amenizando o calor.
            A marcha era contínua. O cansaço era suficiente. Cada gota de suor limpava a superfície, cada golfada de ar enchia seus pulmões de alívio. Ali, a cada passo, o tráfego de pensamentos fluía melhor. Sua mente era uma estrada mais segura.
            Sentia-se como se ela toda fosse um coração. Tudo pulsava, bombeava, contraía e distendia em perfeita harmonia.