Enquanto ela corria, a
paisagem passava pelos seus olhos como as imagens de uma película de filme.
Tudo — árvores, carros estacionados, pessoas apáticas e construções — em
movimento.
O chão parecia impulsionar seus pés. Asfalto quente,
grama seca, passeio fissurado. Mesmo calçada, ela sentia que seus pés mantinham
algum contato com o solo.
O
vento parecia querer ir com ela, lambia seu rosto e soprava seu corpo, amenizando
o calor.
A marcha era contínua. O cansaço era suficiente. Cada gota
de suor limpava a superfície, cada golfada de ar enchia seus pulmões de alívio.
Ali, a cada passo, o tráfego de pensamentos fluía melhor. Sua mente era uma
estrada mais segura.
Sentia-se como se ela toda fosse um coração. Tudo
pulsava, bombeava, contraía e distendia em perfeita harmonia.