sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Juiz de Fora, 21 de fevereiro de 2012

Estou escutando rádio, submetendo-me a surpresas. Cheguei a cabeça para a fora da janela, o ar parado e a falta de moléculas de água nele estavam me deixando tonta. Neste momento não há viva alma nas ruas deste feriado. Mais cedo, porém, a figura de um homem chamou a minha atenção. Os cem metros em que ele esteve em meu campo de visão foram suficientes para a minha imaginação.



“... coisa que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando quero...” 

(now playing)







 Estando de costas para mim, o homem não tinha rosto. Carregava seus poucos pertences em um saco encardido jogado sobre as costas da camisa rota. Sua postura era de um solitário, aquele que não é esperado nem espera por ninguém. Os cabelos grisalhos não apontavam sua idade com certeza. Não tinha a mínima pressa, fosse ele um pouco mais lento, andaria para trás. Os passos demonstravam a indecisão de quem espera ver a direção que o vento vai tomar para escolher o próprio rumo. Decidiu-se por dobrar a
esquina e o perdi de vista.


Não freqüência correta é agradável ouvir rádio. 

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